Tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas no mundo anualmente

Considerado um fator de risco importante para o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. O vício está relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 patologias, entre elas diversos tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares.

Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde apontam o tabaco como responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo e estimam que, até 2030, o vício pode ser responsável por 10% do total de mortes globais.

Em menção ao Dia Mundial sem Tabaco, lembrado em 31 de maio, Dra. Luciana Fernandes Costa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, destaca os principais problemas relacionados à especialidade que podem ser causados pelo cigarro.

“O hábito de fumar causa irritação na mucosa do nariz, boca e laringe. Entre os diversos problemas nestas regiões, o fumante pode desenvolver halitose, rouquidão ou, até mesmo, câncer na laringe.”

Conheça as principais doenças da voz, boca, garganta e ouvido, que podem estar relacionadas ao tabagismo.

 

Halitose

Além de higiene bucal inadequada, problemas dentários e causas sistêmicas, a halitose ou mau hálito, como é popularmente conhecido, pode ser uma das consequências do vício em cigarro.

Conforme a médica, o consumo excessivo de álcool e, principalmente, o tabagismo, podem agravar o problema.

 

Disfonia

Resultado de abusos vocais ou maus hábitos, como consumo excessivo de álcool e cigarro, além de falar e cantar demasiadamente sem realizar um preparo adequado – principalmente para os profissionais que trabalham com a voz –, a disfonia também é um problema bastante comum em fumantes.

“Ela é caracterizada pelas alterações na qualidade vocal, com peculiaridades como aspereza, fraqueza, soprosidade e instabilidade”, destaca Dra. Luciana.

“A exposição prolongada da mucosa laríngea ao cigarro compromete o movimento do tecido da corda vocal alterando a qualidade da voz, além de ocasionar sensação de ardor, pigarro e a presença de secreções”, destaca Dra. Luciana.

 

Câncer na laringe

O câncer atinge as cordas vocais ou qualquer outra estrutura da laringe, podendo ser identificado ainda no início, a partir de uma rouquidão. “É extremamente importante buscar um otorrinolaringologista caso rouquidões apareçam, para que o motivo real do problema seja corretamente identificado.”

Fumantes têm muito mais chances de contrair este tipo de câncer. Segundo a médica, é necessário que o indivíduo fique sem fumar em torno de dez a quinze anos para que o risco de desenvolver a doença seja igual ao de um não fumante.

“O diagnóstico, em um estágio inicial, eleva muito as chances de sucesso no tratamento.”

A especialista explica que outro ponto de extrema importância para o tratamento é o abandono do tabagismo, já que o hábito de fumar está presente como fator de risco para o desenvolvimento de câncer em outras regiões da cabeça e pescoço, além de pulmão entre outros.

 

Câncer de boca e faringe

O câncer na boca pode acometer os lábios e o interior da cavidade oral, incluindo língua, gengiva e bochechas. A doença também pode se instalar na faringe, estrutura comum ao aparelho digestivo e respiratório, localizada à frente da coluna cervical.

“O indivíduo que bebe e fuma tem os riscos consideravelmente elevados de desenvolver o problema nestas regiões do corpo.”

Perda auditiva

Poucas pessoas sabem, mas o tabagismo pode estar associado também à perda de audição. “O cigarro é composto por uma série de substâncias químicas tóxicas e altamente nocivas, que impedem a oxigenação do organismo, causando prejuízos irreversíveis às células do ouvido, como a perda auditiva”, explica a especialista.

Entre os componentes, a médica destaca o cianeto de hidrogênio – gás utilizado para matar baratas, cupins e outras pragas –, que age exatamente bloqueando a recepção do oxigênio pelo sangue, quando utilizado em altas concentrações.

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