Dia dos Avós: com idosos cada vez mais ativos, Hospital Paulista alerta para os danos físicos e sociais da perda auditiva

Seja pela experiência de vida ou simplesmente pela relação afetuosa com os netos, existe um consenso sobre o papel importante que os avós exercem na manutenção das famílias. A população 60+ evoluiu e tem um perfil bastante diferente do conceito do que é a imagem de idoso, muito mais ativo e buscando, sobretudo, a qualidade de vida.

No Dia dos Avós, celebrado em 26 de julho, a fonoaudióloga Christiane Nicodemo, do Hospital Paulista, alerta para os sintomas que podem indicar problemas auditivos nesta população. Segundo a especialista, o mau funcionamento das habilidades cognitivas pode impactar diretamente na forma com que as pessoas se comunicam e realizam suas atividades diárias, muitas vezes, inclusive, ainda precisam e/ou desejam estar no mercado de trabalho.

“No processo de envelhecimento, a boa comunicação entre os mais velhos e os demais depende da manutenção das habilidades, como memória e linguagem, o que inclui a boa saúde e qualidade de vida. É importante que netos e familiares tenham em mente que o referencial de idade dos avós é subjetivo e variável, a depender de cada indivíduo”, orienta.

Segundo a fonoaudióloga, a má qualidade auditiva pode induzir os idosos a quadros emocionais como o isolamento social, por exemplo. “A não compreensão faz com que os idosos deixem de participar de reuniões de amigos e até mesmo em família. Além disso, impacta nas emoções, podendo levar ou agravar quadros de depressão”, explica.

Entre outros problemas, a má audição pode interferir no equilíbrio do idoso, além de provocar a dificuldade de localização da fonte sonora. “Este pode ser um grande perigo ao atravessar ou andar na rua, acentuando quadros de demência senil, por exemplo”, alerta.

 

Prevenção

A especialista explica que é possível chegar a esta etapa da vida ouvindo bem. Para a especialista, chegar à terceira idade e conseguir estar atento às mudanças naturais, bem como praticar o autocuidado, pode ajudar na prevenção de problemas auditivos.

Christiane chama a atenção aos sinais que podem identificar a perda auditiva. Em alguns casos, o idoso pode parecer esquecido, mas, na verdade, não está ouvindo o que lhe disseram.

“Pedir para falar mais alto, aumentar o volume da televisão, manter-se isolado e usar frequentemente expressões como ‘o que?’ ou não ‘entendi’ estão entre as mudanças de comportamento a serem observadas”, indica Christiane.

 

Reabilitação

As perdas auditivas podem ter diversas arquiteturas de curva, diferenciando de grau e intensidade. No entanto, a reabilitação auditiva deve ser individualizada.

“Cada paciente tem o seu processo de reabilitação e/ou adaptação. O trabalho é feito de forma multidisciplinar, com o apoio de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, que trabalham em sincronia para o bem-estar do vovô e da vovó. Atualmente contamos com diversos dispositivos eletrônicos de alta tecnologia que minimizam o efeito da perda auditiva”, reitera.

De acordo com a especialista, a reabilitação fonoaudiológica vai além da seleção e adaptação do dispositivo eletrônico, e os médicos devem estar atentos ao processamento das informações recebidas pelos pacientes, já que simultaneamente ao uso do dispositivo eletrônico, existem outras terapias que auxiliam no processo de reabilitação e facilitam o uso do aparelho.

 

Grupo de Apoio ao Usuário de Aparelho Auditivo

Atualmente existem muitos programas capazes de identificar um problema auditivo em pessoas mais velhas, no entanto, a forma mais eficiente é fazendo um check-up para averiguar a acuidade auditiva (audiometria) e visual, além de um teste de cognição.

O Hospital Paulista de Otorrinolaringologia conta com um programa específico para orientar pessoas que precisam de próteses, o GAUAA – Grupo de Apoio ao Usuário de Aparelho Auditivo. Nele, o paciente participa de workshops com uma equipe multidisciplinar de saúde, que divide informações sobre audição e treinamento auditivo, explorando ritmos e estimulando a expressão facial. Assim, é possível ampliar a atenção e melhorar empatia e comunicação.

“Também devemos ter ciência da grande influência de fatores que podemos modificar no nosso dia a dia, como alimentação, prática de atividades físicas e bons pensamentos, que influenciam diretamente na nossa qualidade de vida. Este olhar sensibilizado pode ser a chave para a qualidade de vida da população que está envelhecendo”, finaliza.

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