Alterações da voz: em idosos, é preciso atenção redobrada

Embora o envelhecimento da voz seja um processo natural, há sintomas que devem ser investigados a fundo, especialmente a partir dos 60 anos. Isso porque, podem ser indicativos de doenças graves, mais propensas à terceira idade

 

“Ei, ei, você se lembra da minha voz?”. Os mais velhos, com certeza, recordam dessa propaganda, muito famosa na década de 1970. Também devem recordar, claro, que a mocinha da peça publicitária emendava que a voz dela continuava “a mesma”.

Será, realmente? Hoje em dia, é certo que não. Nem a dela, nem a de quem ainda lembra desse antigo ‘reclame’ da TV. Afinal, a nossa voz também envelhece – ainda mais, passados quase 50 anos.

Embora isso seja algo natural da vida, médicos alertam que é importante sempre estar atento a sinais que possam indicar problemas mais graves. Isto é, riscos à saúde envolvendo o aparelho fonatório.

 

Maior propensão

De acordo com o Dr. Rui Imamura, otorrinolaringologista do Centro Especializado em Laringe e Voz do Hospital Paulista, quadros de rouquidão progressiva, pigarros constantes e diminuição da potência vocal podem identificar doenças e lesões, como pólipos, edema de Reinke, atrofias das cordas vocais e, até mesmo, câncer na laringe.

“Estudos sugerem que, após os 60 anos, cerca de 50% dos distúrbios vocais no idoso podem representar doenças que, quando não são diagnosticadas, tendem a evoluir para situações mais complicadas. Isso também inclui quadros de obstrução respiratória progressiva, aspiração e pneumonias”, acrescenta o médico.

Ele lembra que geralmente as pessoas tendem a negligenciar os sintomas dessas anomalias. Dessa forma, especialmente no caso dos idosos, cabe aos familiares e cuidadores detectarem as alterações e orientarem a busca por um diagnóstico e tratamento adequados.

A começar pelo pigarro crônico, que pode estar associado tanto a problemas simples, como refluxos, mas também a quadros bem mais graves, como câncer. “O sintoma deve ser investigado, principalmente se associado à rouquidão, dores ao engolir ou falta de ar”, alerta.

Da mesma forma, a percepção de fadiga ao falar, a redução da potência vocal, e o aumento de secreção nas vias respiratórias e tosses também são aspectos importantes a serem observados, conforme o Dr. Imamura. Outro indicativo que segundo o especialista merece atenção é a dificuldade no ato de cantar.

“Os distúrbios vocais nos idosos não devem ser menosprezados jamais. Pelo contrário, eles sempre precisam ser investigados. À medida que um sintoma se torna frequente, é necessário buscar um otorrinolaringologista”.

 

Prevenção e tratamento

O médico do Hospital Paulista destaca que ter uma voz saudável está diretamente ligado ao bom desempenho do ​organismo como um todo. Por isso, manter o corpo hidratado, dormir bem e ter uma boa alimentação ajudam a conservar a saúde da voz. Da mesma forma, o uso de agentes nocivos, como o cigarro e álcool, devem ser evitados. Ambos são os principais fatores de risco para o câncer de laringe, que tende a ocorrer a partir dos 60 anos de idade.

Quanto aos tratamentos dos distúrbios vocais, o Dr. Imamura explica que eles podem ser feitos por meio do uso de medicações, fonoterapias ou até mesmo cirurgia das cordas vocais. Tudo depende da gravidade do caso. Em média, segundo ele, mais de 2/3 das pessoas acometidas por distúrbios da voz obtêm melhora no quadro clínico por meio do diagnóstico e tratamento adequados.

 

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui quase cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia, assim como um Ambulatório de Olfato e Paladar, especializado no diagnóstico e tratamento de pacientes com perda total ou parcial dos sentidos. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.