Tecnologia ou armadilha? O que os médicos dizem sobre os removedores de cera de ouvido vendidos online

Dispositivos populares na internet podem parecer inofensivos, mas escondem riscos sérios à audição; especialista explica as razões e faz alerta

Nos últimos anos, a internet se tornou uma verdadeira vitrine de produtos voltados para os cuidados com a saúde, muitos deles prometendo facilitar a rotina de higiene pessoal. Entre os itens mais buscados estão os kits para limpeza de ouvido, que vão desde otoscópios com câmeras HD e removedores elétricos de cera até as controversas velas auriculares. Mas, afinal, o que os especialistas dizem sobre o uso desses dispositivos?

Segundo a Dra. Bruna Assis, otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência nacional em saúde do ouvido, nariz e garganta –, a popularidade desses produtos esconde riscos importantes à saúde auditiva. “Quando falamos sobre os dispositivos com câmeras, esses podem ser sim bons aliados para remoção de cerume e corpos estranhos do ouvido, além da realização de diagnósticos de doenças otológicas. No entanto, seu uso por pessoas não treinadas pode aumentar os riscos de traumas, como lesões no conduto auditivo e até perfurações na membrana timpânica”, alerta.

A preocupação principal, segundo a especialista, está na falsa sensação de segurança transmitida por esses aparelhos. “Muitos deles não são regulamentados ou não possuem comprovação científica de sua eficácia e segurança. A facilidade de compra não deve ser confundida com autorização para uso indiscriminado”, explica.

Entre os itens mais polêmicos estão as velas auriculares, também conhecidas como “cones para limpeza de ouvido”. A promessa é simples: derreter e sugar o cerume por meio do calor. A prática, no entanto, é condenada pelos médicos. “Esses métodos não são recomendados, pois o paciente não tem visão direta do conduto auditivo, o que impossibilita saber se a limpeza realmente aconteceu. Além disso, há risco real de queimaduras”, afirma a otorrinolaringologista.

Outro fator de preocupação é que muitas pessoas procuram esses produtos ao sentirem incômodos como sensação de ouvido tampado, zumbido ou perda auditiva leve, sintomas que podem estar ligados a patologias mais graves. “Muitos pacientes possuem obstrução total do conduto, impactação e endurecimento do cerume. Nesses casos, a remoção é mais difícil e pode haver doenças associadas que não serão tratadas apenas com a limpeza”, reforça a médica.

Dra. Bruna também chama atenção para um ponto crucial: qualquer objeto introduzido no ouvido sem orientação pode causar danos irreversíveis. “Reforço sempre que qualquer dispositivo introduzido no conduto auditivo pode levar a traumas locais e lesões, às vezes até irreversíveis para a audição. Por isso, é fundamental procurar profissionais capacitados para a limpeza otológica”, conclui.

Diante disso, a recomendação dos especialistas é clara: apesar da tentação de resolver o problema em casa, a segurança e a saúde auditiva devem vir em primeiro lugar. “Procurar ajuda médica é o caminho mais seguro para manter os ouvidos saudáveis — e longe de complicações”.

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e, durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial e Foniatria.  

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