Idosos e as “perdas sensoriais” que passam desapercebidas por eles. E por nós também!

Fonoaudióloga do Hospital Paulista recomenda atenção, sobretudo com a audição, que pode desencadear quadros precoces de demência

 

Quem ama, cuida. E quando se trata de pessoas idosas, essa dose merece ser redobrada, a ponto de ser os olhos, as mãos e até mesmo a voz de parentes e amigos da chamada “terceira idade”.

Afinal, com o avançar do tempo, a nossa capacidade de comunicação (seja por meio da fala, seja por meio das expressões corporais) tende, naturalmente, a ficar comprometida, sobretudo em razão de fatores que envolvem comorbidades típicas da velhice.

Diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo e doenças degenerativas são indicativos que servem de alerta, pois aceleram esse processo de “perdas”, sejam elas cognitivas, auditivas, visuais e, inclusive, sensitivas.

“O paciente, em geral, não percebe esse processo. E as pessoas próximas, por sua vez, costumam demorar para fazer essa associação e procurar auxílio profissional”, observa a mestre em fonoaudiologia Christiane Nicodemo, do Hospital Paulista, especializada em cuidados integrativos e em reabilitação.

Ela cita como exemplo os casos de perda de audição – que atingem mais de 10 milhões de brasileiros, segundo o IBGE (2022). “Em média, mesmo após a realização dos exames audiológicos, as pessoas ainda demoram 7 anos para procurar ajuda do fonoaudiólogo, conforme dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia. Isso mostra o quão é tardia a percepção da importância do tratamento por parte dos pacientes e das famílias. É essencial que a busca do diagnóstico seja feita tão logo observados os primeiros sintomas. E, no caso das pessoas que já têm pré-disposição, a recomendação é que façam exames periódicos.”

No caso específico da surdez, a especialista explica que a maior preocupação é com a predisposição ao desenvolvimento de demência precoce, provocada justamente por essa falta de estímulos auditivos. “Há vários estudos que relacionam essa combinação por conta do isolamento que a surdez provoca. Isso reforça a necessidade de a audiometria fazer parte dos exames de rotina de pessoas idosas”, pontua.

 

Audiometria
De custo baixo, a audiometria é um exame indolor, não invasivo e que dura cerca de 20 minutos. O procedimento é feito em uma cabine acústica à qual o paciente, a partir de um fone de ouvido com microfone acoplado, responde a perguntas por meio de sinais e gestos. As informações são dispostas em um audiograma, que é um gráfico que contém as respostas do paciente aos sons emitidos. A partir da avaliação de um otorrinolaringologista, é feito o encaminhamento ao tipo de tratamento mais adequado a cada paciente.

“Se houver perda auditiva, pode ser necessário o uso de aparelho auditivo para auxiliar na escuta. Esse tipo de aparelho amplia o reconhecimento sonoro e ajuda na comunicação”, explica a fono do Hospital Paulista.

Da mesma forma, a especialista recomenda atenção em relação à possível perda de sensibilidade (comum entre pessoas diabéticas), assim como à perda de paladar e à falta de hidratação. “A perda de receptores sensoriais na velhice ocasiona todas essas situações, que podem trazer consequências graves. Por isso, é importante uma observação atenta da nossa parte para assegurar a qualidade de vida que os idosos tanto merecem.”
Ela cita como exemplo casos de pacientes que não apresentam febre, mesmo com quadro infeccioso. “Muitas vezes, isso se manifesta por meio de uma confusão mental, e não de uma febre. E a falta de atitude por parte de quem está próximo pode agravar o quadro, requerendo internação para tratamento de uma infecção que evolui por não ter sido detectada inicialmente.”

 

Prevenção
De todas as recomendações, contudo, a mais eficiente é, sem dúvida, a prevenção, conforme enfatiza a especialista. “Os hábitos de vida saudáveis devem estar presentes desde o momento da concepção, nascimento, crescimento e envelhecimento. Logo, alimentar-se de forma saudável, exercitar-se, dormir bem e conectar-se com a parte espiritual são as melhores receitas para preservar nossos receptores.”

 

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui quase cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia, assim como um Ambulatório de Olfato e Paladar, especializado no diagnóstico e tratamento de pacientes com perda total ou parcial dos sentidos. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.